sexta-feira, 29 de junho de 2012

Histórias de resgates - O final feliz do Fredericksen

Cheguei, mamãe!
Eu sou o Fredericksen, Freds, Fredinho... Depende do dia e do humor da minha mamãe. Mas vamos voltar ao começo da história, quando eu ainda não tinha uma mamãe pra chamar de minha, nem mesmo uma mãe-felina, já que a minha morreu atropelada um tempo depois que eu nasci. Isso aconteceu porque eu e meus irmãos morávamos num lugar muito triste na rodoviária de Londrina. Éramos 5 gatinhos solitários, alimentados pelos taxistas. Um dia, minha futura mamãe foi levar uma amiga na rodoviária e me viu tomando solzinho matinal na entrada de onde eu ficava. Ela desceu desesperada pra me pegar e levou um susto quando viu que tinham outras 4 gatinhas lá também. Então ela tentou pegar duas das minhas irmãs, mas elas pularam da caixa. Daí minha mamãe teve a ideia de colocar a ração na caixa e esperar que os gatinhos entrassem. Adivinha só quem foi o único gatinho que entrou? Eu mesmo! Sou curioso, então arrisquei tudo por aquela ração gostosa. Minha mamãe então me levou pra casa. Outro dia, voltou com uma amiga, que conseguiu resgatar todas as minhas irmãzinhas (menos uma, que havia caído num bueiro e não conseguiu voltar :~ ), que agora também vivem felizes num outro lar.
A parte mais legal disso tudo é que a minha mamãe castrou o casal de gatos que havia sobrado lá na rodoviária - o que ia acabar gerando mais um monte de gatinhos! Então o problema foi resolvido e ainda ganhei o melhor lar do mundo! Que gatinho de sorte que eu sou, né?

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Histórias de resgates - O final feliz do Billie Joe

Oi, meu nome é Billie Joe, mas já viu né, me chamam de Bibi, Billie, Bi, Bibizinho e todas as outras variações possíveis. Minha história não é trágica, eu tive muita sorte... 
Como todos sabem existem pessoas más, e uma dessas pessoas más me tirou da minha mamãe quando ainda estava mamando, me colocou numa caixinha e me jogou num quintal, sem dó nem piedade. A minha sorte é que também existem pessoas boas. Uma menina me encontrou e se apaixonou por mim, mas melhor que isso foi que a mamãe dela se apaixonou ainda mais! Calma, ainda tem algo melhor... Acredita que a gatinha que elas já tinham me adotou como filho? Pois é, me deixou terminar de mamar nela e tudo, tive muita sorte e minha vida é muito boa. E espero que muitos outros gatinhos tenham a mesma sorte que eu!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Histórias de resgates - O final feliz da Tequila


Olá, meu nome é Tequila, mas pode me chamar de Tetê. Minha história, até onde eu consigo me lembrar começa assim: Me perdi dos meus irmãos ainda sem saber me virar sozinha, era verão e o sol queimava minha pele, cheguei até a ficar vermelha, não achava lugar pra me esconder e só me dava mal. As pessoas nunca eram legais comigo, me maltratavam e me amedrontavam, acabei conseguindo um corte de fora a fora na barriga, que doeu muito. Um dia uma moça conseguiu me capturar quando estava desprevenida, ela me colocou em seu carro, fiquei com muito medo dela me maltratar e com o carro em movimento quando ela não prestou atenção, pulei pela janela. Não foi um sucesso, pois eu me estabaquei no chão e ela conseguiu me pegar de volta. Fui parar em uma gaiola, e ouvi a mulher falando que eu estava pra adoção, mas ninguém me queria. Eu era preta, magrinha e tinha além de um corte enorme, várias falhas no pêlo e estava toda queimada. Um dia uma menininha parou e ficou me olhando, e eu percebi: ela ia ser minha mamãe. Ela me pegou mesmo sem a mamãe dela deixar, e me levou embora. Hoje sou extremamente feliz, moro num apartamento super legal e tenho dois irmãos, uma irmã e muito amor por todos os lados. Ah, e eu fiquei lindona.

domingo, 24 de junho de 2012

Histórias de resgates - O final feliz do Pierre


Oii... meu nome é Pierre, ou Pierrinho - como minha familia me chama. Mas nem sempre foi assim. Quando bebê, ficava quentinho com minha mamãe e irmãozinhos, mas em uma noite fria, alguém me tirou deles, me abandonou sozinho e com muito medo na madrugada. Passei alguns dias com fome, frio e muito medo, até que encontrei um outro gato que me levou a um lugar onde poderia comer. Lá moravam muitas pessoas, depois descobri que era um condomínio. Algumas pessoas me alimentavam, mas mesmo assim eu passava o dia sozinho e dormia no frio. Foram dias muito ruins. Muitas pessoas de lá não gostavam de mim, me mandavam embora e gritavam comigo. Tudo que eu queria era só um pouco de carinho, comida e atenção. Tudo mudou em uma noite de chuva. Não tinha onde me abrigar e pedi ajuda na janela daqueles que cuidavam de mim. Acho que devo ter feito algo muito errado, já que logo depois algumas outras pessoas atiraram coisas em mim e me mandaram ir embora... Eu não entendia nada, sofri e passei muito medo. Mas acho que de uma outra forma isso foi algo bom, já que minha protetora me acudiu, me levou pra casa (onde já tinham muitos outros gatos por sinal!). Lá comi muito, tomei leitinho, tomei uma banho, dormi como há muito tempo não dormia! Depois disso ela tirou muitas fotos de mim e eu me senti uma estrela! Alguns dias depois ela me levou a uma casa, a MINHA casa! Como sou feliz hoje! Há um tempo atrás a protetora me levou ao médico pra eu ser castrado. Pois é, mas isso só me fez me sentir melhor. Hoje sou um gatão saudável e muito-muito feliz. Como retribuo tudo isso que foi feito por mim? Ahhh fácil! Só ser eu mesmo e a cada dia dar à minha familia muito amor e carinho regado a ronrons! Obrigado a todos que me ajudaram.


 Pierre


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Por que as pessoas têm tanto preconceito com gatos?


Gato preto - Azar é não ter um!
Quem nunca ficou chocada ao ver alguém torcer o nariz quando você diz que tem um gato? Eu já vi de monte e cada vez fico mais sem reação com os argumentos. Já ouvi até exclamações do tipo "Que nojo!"e infelizmente elas não são raras. Eu costumo dizer que só há dois tipos de pessoas: aquele que não gosta de gato e aquele que nunca teve um. E aposto que quem tem gato vai entender exatamente o que eu digo. Ao contrário do que todo mundo diz, os felinos são muito apegados às pessoas de seu lar e são extremamente carinhosos  - adoram um cafuné e só de chegarem perto de você já ligam o motor do ronron. Além disso - e ao contrário do que o pessoal do "que nojo" lá de cima pensa, gatos são extremamente limpos. Só saem da caixa de areia depois de cobrirem perfeitamente o cocô e o xixi e vivem se limpando o dia todo. Ou seja: eles praticamente tem T.O.C. de limpeza! Tem gente que dá banho em gato, mas, só pra exemplificar, o meu nunca tomou um e é a coisa mais limpinha e cheirosa que eu já vi. Tirando todos esses benefícios, em 99% dos casos eles já nascem sabendo usar a caixa de areia, não precisam que você os leve para passear, vivem tão bem em apartamentos quanto em casas e não vão surtar caso você os deixe sozinho por algumas horas. Ou seja: é o melhor animal do mundo!

Mas então por que será que as pessoas têm tanto preconceito com gatos?

deusa Bastet
No antigo Egito, lá pelos 4 mil a.c., o gato era totalmente adorado. Até a deusa Bastet, deusa da fertilidade e da felicidade, é representada como uma mulher com cabeça de gato. Já na Roma Antiga, os gatos eram considerados símbolos de liberdade.
O problema começou na Idade Média, quando cultos pagãos foram associados à imagem de gatos. Por exemplo, nos mitos escandinavos, que deram origem a muitas das crenças pagãs, a carruagem de Freyja, deusa do amor e da cura, era puxada por gatos. O culto a Freyja foi considerado heresia pela Igreja Católica e seus membros foram punidos com tortura e morte. Como os gatos faziam parte da coisa toda, foram acusados de serem demoníacos, principalmente os pretos - que sofrem até hoje com esse estigma e são os mais difíceis de serem adotados. 
Isso acabou desencadeando uma série de superstições que acabaram fazendo com que os gatos funcionassem como bode expiatório para a purificação que a Igreja Católica pretendia eliminando o paganismo.
Essa bad felina durou até o século 17, quando perceberam que a população de ratos tinha aumentado absurdamente, aumentando assim várias doenças. Daí resolveram aceitar os gatos novamente.


Apesar da gente já ter superado boa parte dessas superstições bobas e do gato estar em alta nos últimos tempos, o preconceito ainda existe, infelizmente. E nada me faz pensar que o único antídoto para esse sentimento horrível é deixar-se cativar por esses felinos ronronantes e conquistadores. Afinal, a gente já saiu da Idade Média faz tempo!


(fonte: "Os gatos na idade média")


sábado, 16 de junho de 2012

Os desafios e felicidades em ter cachorro e gato na mesma casa

A primeira postagem do blog é sobre a máxima: "como cães e gatos". Será que esses dois animais, vistos como inimigos de toda a vida por muitos, conseguem viver juntos e bem? 
Minha primeira experiência gato-cachorro foi ótima. Eu tinha um poodle de uns 3 anos e dois gatos. Eles nunca foram amigos, mas conviviam bem. Nunca houve atritos, nem perseguições.
A minha tensão com o assunto começou recentemente, quando adotei uma cadelinha de uns três meses já tendo um gato de quase um ano. A minha expectativa: o gato adotando ela como melhor-amiga-da-vida, com direito a lambidas e brincadeiras bonitinhas. A realidade: uma catástrofe. Ela perseguia o gato loucamente, não o deixava comer, nem usar a caixa de areia. Obviamente ela fazia isso por ser uma filhote brincalhona. Minha surpresa: meu gato, que é um querido e super carinhoso, não gostou nem um pouco da ideia. Miava desesperado, "riscava fósforo", mal podia andar pela casa porque senão era surpreendido com uma monstrinha linda em cima dele. 
Primeiros dias: "Mamãe, tira ela daqui?"
Tive muitos momentos de desânimo e desespero, mas toda vez que eu me pegava pensando que isso nunca ia acabar, eu tentava focar em uma palavra: paciência.
Quem tem/teve cachorro filhote sabe que essa palavra é uma das mais importantes pra que a convivência seja boa. Mas é fato que apresentar um cachorro filhote a um gato já adulto pede doses mais altas de paciência. 
Li muito sobre comportamento canino e felino e uma das coisas mais interessantes que aprendi é que a situação complicada acontece por um principal motivo: a linguagem do cão é diferente da linguagem do gato. Ou seja, se para o cachorro, abanar o rabinho é sinal de intensa alegria, para o gato, sinal de que ele não tá gostando nada-nada de alguma coisa. Da mesma forma, o gato, tão charmoso e "balançante", parece uma presa para o cachorro brincalhão.  Essas e outras coisas fazem com que a comunicação entre eles fique complicada, como foi o meu caso.
É claro que existem casos lindíssimos de relacionamento gato-cachorro e isso não é tão difícil quanto parece, mas quero focar na dificuldade e em como lidar com ela:

A hora da apresentação: Cuidado na hora de apresentar o seu novo animalzinho ao animal que já é seu. Deixe o novo na caixa de transporte ou em um cômodo separado por algum tempo para que o outro se acostume com o cheiro. Vá possibilitando o contato aos poucos.

Dê limites: Se você tem aquelas grades que separam ambientes, é bacana deixar o cachorrinho separado do gato por alguns dias. Se isso não for possível, deixe o cachorro com guia para que você possa puxá-lo e dizer "NÃO" toda vez que ele queira fazer algo com o gato. Se o seu gato estiver violento com o cachorro, use o borrifador de água.

Faça com que gato e cachorro associem a presença um do outro com coisa boa: Toda vez que eles estiverem perto, numa boa, dê um petisco aos dois. O mesmo deve acontecer quando você estiver fazendo carinho em um: faça no outro também para que não haja ciúmes.

Treino de senta e fica: Cachorros aprendem rápido e mais do que isso: precisam de você para se tornarem disciplinados e mais felizes. Assim, ensine o comando "senta" e "fica". Se o seu cachorro estiver numa boa e o gato passar por ele, ele vai querer ir atrás do gato. É nessa hora que o comando "fica" tem que valer. O cachorro vai olhar pra você e olhar pro gato, querendo dizer algo do tipo: "deixa eu ir atrás dele, mamãe". Mas não vai sair de lá enquanto você não deixar. Isso vale um petisco, claro - que deve ser dado na mesma hora para que o animal entenda. Tem um vídeo que mostra isso na prática aqui.

Punindo toda vez que o cachorro perseguir o gato: Você tem que fazer com que a perseguição com o gato seja punida com uma coisa que o cachorro não gosta. Isso pode ser: apito, palma, batida com o jornal em algum lugar próximo para fazer barulho, balançar forte uma lata cheia de sementes etc. Nunca bata ou maltrate seu cachorro. Isso só vai fazer com que ele tenha medo das suas mãos e de você - o que pode significar um cão medroso ou agressivo com você mesmo mais tarde.

Dê outras opções de brincadeira para o cachorro: Quem tem gato sabe: os felinos são super brincalhões, mas só brincam quando querem. Já os cachorros, principalmente os filhotes, brincam toda hora. O gato então passa a ser o brinquedo preferido do cachorro. E isso não pode acontecer porque acaba deixando o gato de saco cheio. Então não esqueça de oferecer outras possibilidades de brinquedo para o seu cachorro. Perseguiu o gato? Diga "NÃO" e o leve até um ursinho ou uma bolinha. Tente deixar as outras coisas mais legais do que um felino charmoso correndo pela casa.

Paciência extra: Como eu já disse, paciência com certeza é o mais importante. Estou há mais de três meses tentando fazer com que o meu gato e a minha cadela fiquem numa boa.  E é óbvio que isso pode durar bem menos ou bem mais, vai depender dos seus animais e de você. Depois de todo esse tempo, posso dizer que as coisas estão melhores. A cadela já está entendendo que não é legal perseguir o gato e já obedece bem quando a gente diz "não". O mais engraçado é que dá pra perceber que ela é completamente apaixonada pelo irmão felino. O problema é que nem sempre o irmão felino sabe entender esse amor. Por outro lado, tem horas que o irmão felino é quem a procura - provoca, sai correndo atrás dela, se esconde pra que ela vá atrás dele... É muito bonito ver o começo dessa amizade. Além de aprendermos um monte sobre a relação cão-gato, acabamos ganhando lambidas e ronron ao mesmo tempo. Claro que às vezes as coisas saem do controle e o gato esperneia com ela em cima dele, mas, no geral, as coisas estão começando a darem certo. O importante é não desistir nunca. 

Momento de amor entre os dois. Durou pouco, mas existiu.

por Layse Moraes